quarta-feira, 10 de agosto de 2011

INGRATIDÃO



Acho que não há quem não fique chateado com um gesto de INGRATIDÃO


Não apenas fiquei chateada, eu cheguei a ter raiva quando fui golpeada por um gesto desse vindo de uma pessoa que não esperava (é sempre assim, de onde menos se espera....). 


Foi difícil aceitar! Sempre me martelavam na cabeça perguntas como: "por que comigo?", "como que essa pessoa pode ter feito isso comigo?".


Dói muito, quer dizer, doía muito, agora tenho motivos para encarar de outra forma essa situação. Não vou dizer que agora enfrento tudo numa boa, mas já consegui tirar a raiva dos sentimentos que envolviam a falta de gratidão. 


Mencionei várias vezes que não ajudaria mais as pessoas, pois só recebia ingratidão! Cheguei ao cúmulo de aconselhar alguns amigos empresários (quando trabalhava), de que tomassem cuidado com os que chegavam na entrevista com a conversa de que precisavam muito do emprego, pois estes eram os primeiros a dar problema, "Nós os ajudamos e eles nos traem!", eu dizia.  


Apesar de ter passado por tantos casos de ingratidão, isso não me dava o direito de envenenar os outros desta forma. Deus me perdoe por tal falta de caridade e amor ao próximo!


A primeira vez que li a Prece Pelos Inimigos comecei a entender por que não deveria nutrir aqueles sentimentos. A raiva e a auto-piedade não me faziam merecedoras dos benefícios da boa ação que fizera anteriormente, afinal, quando se faz o bem esperando recompensas (agradecimentos ou reconhecimentos), nenhum mérito teremos aos olhos de Deus.


Que pensar das pessoas que, sofrendo ingratidão por benefícios prestados, não querem mais fazer o bem, com medo de encontrar ingratos?


Essa já foi a minha grande dúvida, e lendo o Evangelho Segundo o Espiritismo obtive a minha resposta.


* Guia Protetor *
Sens, 1862


Essas pessoas têm mais egoísmo do que caridade, porque fazer o bem somente para receber provas de reconhecimento, é deixar de lado o desinteresse, e o único bem agradável a Deus é o desinteressado. São ainda orgulhosas, porque se comprazem na humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus pés para agradecer-lhes. Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no céu, mas Deus a reservará para o que assim não procede.
            É necessário ajudar sempre aos fracos, mesmo sabendo-se de antemão que os beneficiados não agradecerão. Sabeis que, se aquele a quem ajudais esquecer o benefício, Deus o considerará mais do que se fosseis recompensados pela sua gratidão. Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão, para provar a vossa perseverança em fazer o bem.
            Como sabeis, aliás, se esse benefício, momentaneamente esquecido, não produzirá mais tarde os seus frutos? Ficai certos, pelo contrário de que é uma semente que germinará com o tempo. Infelizmente, não vedes nunca além do presente, trabalhais para vós, e não tendo em vista os semelhantes. A benemerência acaba por abrandar os corações mais endurecidos; pode ficar esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo, ele se lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo. Então, ele lamentará a sua ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida noutra existência, aceitando mesmo, freqüentemente, uma vida de devotamento ao seu benfeitor. É assim que, sem o suspeitadores, tereis contribuído para o seu progresso moral, e reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um benefício jamais se perde. Mas tereis também trabalho para vós, pois tereis o mérito de haver feito o bem com desinteresse, sem vos deixar bater pelas decepções.
            Ah!, meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente, vos ligam às existências anteriores! Se pudésseis abarcar a multiplicidade das relações que aproximam os seres uns dos outros, para o seu mútuo progresso, admiraríeis muito melhor a sabedoria e a bondade do Criador, que vos permite reviver para chegardes a ele!
(Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIII)


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