quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Medo da Morte



Grande parte das pessoas tem medo de morrer. São várias as razões para não se querer nem tocar neste assunto.

Uns dizem que é porque não querem deixar desamparados seus entes queridos. 

Outros, que são muito jovens e não viveram nada ainda.

Há os que dizem que não suportam a idéia do nada (os materialistas).

Enfim, sempre há uma razão para este temor...

Quando uma pessoa perde um ente querido e, apesar de todo sofrimento, não se desespera culpando à Deus por tão preciosa perda, as pessoas comentam: "Que insensível!" ou "Aposto que é Espírita!".

Os Espíritas encaram a morte naturalmente, pois se preparam para ela durante a vida.

Meu pai, desde que eu era pequena, dizia: "Quando eu morrer não quero escândalos, afinal eu só estarei fazendo a passagem. Vocês estarão me ajudando se rezarem por mim.". Completava dizendo: "De preferência não compareçam de preto em meu velório, é muito deprimente". Ele desencarnou em 23 de dezembro de 2003 e a vida continua, tanto para ele como para nós. 

Da mesma forma que meu pai, educo meus filhos para se prepararem para morte. Parece algo macabro, mas se pensarmos na morte como o início de uma nova vida... parece muito natural. 

Minha filha sempre diz, assim com um sentimento de "tristeza" disfarçado: "Mãe, quero estar preparada para quando chegar minha hora, mas gostaria tanto de realizar meus sonhos, como casar, ter filhos... 

Se pensarmos assim, sempre teremos motivos para adiar os desígnios de Deus, afinal, hoje são os filhos, amanhã são os netos e no futuro serão os pais velhinhos que dependem de nós.

Digo-lhe que confie na Providência Divina, afinal se não for nesta vida, poderá ser na próxima e tanto mais fácil se ela se preparar moralmente para este merecimento e se o seu amor de hoje for verdadeiro, ele será eterno.

Tudo o que fazemos será computado como mérito ou nos será cobrado mais tarde. Portanto não é fácil ser Espírita! 

O perdão dos nossos atos não morre apenas com um reconhecimento do erro, ele exige que seja compensado com o amor sincero ao próximo, com a caridade sem esperar nada em troca ou qualquer reconhecimento ou agradecimento. Se não for nesta vida, graças a Misericórdia Divina teremos chance em outra vida.

Na verdade não é tão simples como parece, afinal se assim o fosse, todos faríamos tudo (o que não devemos) nesta vida e depois teríamos outras para consertar. As leis reencarnacionistas são bem complexas.

O que devemos em primeiro lugar é ter consciência de que o paraíso não é aqui. Muitos que não conhecem a vida "do outro lado", acham que o prazer está em viver na Terra, para estes eu recomendo o filme Nosso Lar, ou o livro que é mais completo, onde terão uma idéia de como é a vida depois da vida. 
Você vai desejá-la também, como eu! 


"Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.
Somos seres espirituais passando por uma experiência humana "
(Teilhard de Chardin)

Abaixo alguns esclarecimentos do Livro dos Espíritos que falam um pouco sobre o Medo da Morte e a Vida Futura.

Fiquem com Deus.


941 O medo da morte é para muitas pessoas um motivo de perplexidade; de onde vem esse medo, se têm o futuro diante de si?


– É um erro terem esse medo. Mas o que quereis! Procura-se convencê-las desde crianças de que existe um inferno e um paraíso, e que é mais certo irem para o inferno, porque lhe dizem que ao agirem de acordo com a natureza cometem um pecado mortal para a alma: então, quando se tornam adultas, se têm algum discernimento, não podem admitir isso, e tornam-se ateus ou materialistas. É assim que se conduzem as pessoas a crer que além da vida presente não há mais nada, e as que persistiram em suas crenças de infância temem esse fogo eterno que deve queimá-las sem destruí-las.

A morte, entretanto, não inspira ao justo nenhum temor, porque, com a fé, tem a certeza do futuro; a esperança lhe faz esperar uma vida melhor, e a caridade que praticou dá-lhe a certeza de que não encontrará no mundo para onde vai nenhum ser do qual deva temer o olhar. (Veja a questão 730.)

 Aquele que é mais ligado à vida material do que à espiritual tem, na Terra, penalidades e prazeres materiais; sua felicidade resume-se à satisfação ilusória de todos os desejos. Sua alma, constantemente preocupada e afetada pelas contingências da vida, permanece numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, por duvidar do seu futuro e acreditar que deixa na Terra todas as suas afeições e esperanças.


Aquele que se eleva acima das necessidades artificiais criadas pelas paixões tem, já aqui na Terra, prazeres desconhecidos ao materialista. A moderação de seus desejos dá ao Espírito calma e serenidade. Feliz pelo bem que faz, não há para ele decepções, e as contrariedades deslizam sobre sua alma sem causar nenhuma impressão dolorosa.


959 De onde vem para o homem o sentimento instintivo da vida futura?

– Já dissemos: antes de sua encarnação, o Espírito conhecia todas as coisas, e a alma guarda uma vaga lembrança do que sabia e do que viu em seu estado espiritual. (Veja a questão 393.)

☼ Em todos os tempos, o homem se preocupou com seu futuro após a morte, e isso é bastante natural. Qualquer que seja a importância que dê à vida presente, não pode deixar de considerar quanto a vida é curta e, acima de tudo, precária, porque pode ser cortada a qualquer instante, e o homem nunca está seguro do dia de amanhã.

Que será dele após o instante fatal? A questão é grave, porque não se trata de alguns anos, e sim da eternidade.

Uma pessoa que deve passar longos anos num país estrangeiro se preocupa com a situação com que se defrontará. Portanto, como não nos devemos preocupar com a vida que teremos ao deixar este mundo, uma vez que é para sempre?

A idéia do nada tem algo contrário à razão. O homem que foi o mais despreocupado durante a vida, quando chega o momento supremo, pergunta-se em que vai se tornar e, involuntariamente, fica esperançoso.

Acreditar em Deus sem admitir a vida futura seria um contra-senso. O sentimento de uma existência melhor está no íntimo de cada homem; Deus não o colocou aí em vão.

A vida futura significa a conservação de nossa individualidade após a morte; o que nos importaria, de fato, sobreviver ao nosso corpo, se nossa essência moral tivesse de se perder no oceano do infinito? As conseqüências para nós seriam as mesmas que sumir no nada.


961 No momento da morte, qual é o sentimento que domina a maioria dos homens? A dúvida, o medo ou a esperança?

– A dúvida para os descrentes endurecidos, o medo para os culpados, a esperança para os homens de bem.

965 As penalidades e os prazeres da alma após a morte têm algo de material?
– Elas não podem ser materiais, porque a alma não é matéria: o bom senso o diz. Essas penalidades e prazeres nada têm de carnal e, entretanto, são mil vezes mais intensos que aqueles que experimentais na Terra, porque o Espírito, uma vez liberto do corpo, é mais impressionável; a matéria não enfraquece mais suas sensações. (Veja as questões 237 e 257).

966 Por que o homem faz das penalidades e dos prazeres da vida futura uma idéia freqüentemente tão grosseira e absurda?

– É porque sua inteligência ainda não se desenvolveu bastante. A criança compreende como o adulto? Aliás, também depende daquilo que lhe ensinaram: eis aí por que há a necessidade de uma reforma.

Vossa linguagem é muito incompleta para exprimir o que existe além do vosso entendimento; por isso, foi necessário fazer comparações, e são essas imagens e figuras que tomastes pela realidade; mas, à medida que o homem se esclarece, seu pensamento compreende as coisas que sua linguagem não pode exprimir.

969 O que devemos entender quando se diz que os Espíritos puros estão reunidos no seio de Deus e ocupados em cantar louvores?

– É um modo de dizer, uma simbologia, para fazer entender o que eles têm das perfeições de Deus, já que O vêem e O compreendem, mas não a deveis tomar ao pé da letra como fazeis com muitas outras. Tudo na natureza, desde o grão de areia, canta, ou seja, proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus. Não acrediteis que os Espíritos bem-aventurados vivam em contemplação por toda a eternidade; seria uma felicidade estúpida e monótona e seria ainda mais, uma felicidade egoísta, uma vez que sua existência seria uma inutilidade sem fim. Eles não têm mais as aflições da existência corporal: isso já é um prazer. Aliás, como já dissemos, conhecem e sabem todas as coisas; empregam útil e proveitosamente a inteligência que adquiriram para ajudar no progresso dos outros Espíritos: é sua ocupação e ao mesmo tempo um prazer.

970 Como são os sofrimentos dos Espíritos inferiores?

– São tão variados quanto as causas que os produziram e proporcionais ao grau de inferioridade, como os prazeres o são para os graus de superioridade. Podem resumir-se assim: invejar tudo o que lhes falta para serem felizes e não poderem obtê-lo; ver a felicidade e não poder atingi-la; desgosto, ciúme, raiva, desespero daquilo que os impede de ser felizes; remorso, ansiedade moral indefinível. Têm o desejo de todos os prazeres e não podem satisfazê-los, é o que os tortura.

990 O arrependimento se dá na vida física ou na espiritual?

– Na vida espiritual; mas também pode ocorrer na física, quando chegais a compreender a diferença entre o bem e o mal.

991 Qual a conseqüência do arrependimento na vida espiritual?

– O desejo de uma nova encarnação para se purificar. O Espírito compreende as imperfeições que o impedem de ser feliz e por isso anseia por uma nova existência em que poderá reparar suas faltas. (Veja as questões 332 e 975.)

992 E o arrependimento ainda na vida física?

– É um começo de progresso, já na vida presente, se houver tempo de reparar suas faltas. Quando a consciência aponta um erro e mostra uma imperfeição, sempre se pode melhorar.

993 Não existem pessoas que só têm o instinto do mal e são inacessíveis ao arrependimento?
– Já vos disse que o Espírito deve progredir sem parar. Aquele que nesta vida tem apenas o instinto do mal terá o do bem numa outra, e é para isso que renasce muitas vezes, porque é preciso que todos avancem e atinjam o objetivo. Apenas uns o alcançam num tempo mais curto; outros, num tempo mais longo, de acordo com a sua vontade. Aquele que tem apenas o instinto do bem já está depurado, mas pode ter tido o do mal numa existência anterior. (Veja a questão 804.)

994 A pessoa que não reconheceu suas faltas durante a vida sempre as reconhece depois da morte?

– Sim, sempre as reconhece, e então sofre mais, porque sente todo o mal que fez ou de que foi causa voluntária. Entretanto, o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que teimam nas inclinações negativas, apesar dos seus sofrimentos; mas, cedo ou tarde, reconhecerão o caminho falso, e o arrependimento virá. É para esclarecê-los que trabalham os bons Espíritos, e vós também podeis trabalhar nesse sentido.

Fonte: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

Conheça um pouco sobre este Livro:
Original Francês



O LIVRO DOS ESPÍRITOS

(Maria A. Bergman)

"O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo; preside ao seu advento o Espírito da Verdade (...)

"Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei ao Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco; O Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê e absolutamente não O conhece. Mas, quanto a vós, conhece-lO-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito." João, cap. XIV- v. 15 a 17 e 26)"

"O Livro dos Espíritos" é a base do edifício da Doutrina Espírita. Com o seu advento cumpre-se na Terra a promessa evangélica do Consolador, do Paracleto ou Espírito da Verdade.

Ele foi lançado em Paris, França, em 1a. edição, a 18 de abril de 1857, sob o título de "LE LIVRE DES ESPRITS".

Inicialmente com 501 perguntas, tomou o aspecto definitivo com que atualmente o vemos, com 1019 questões, em sua 2a. edição publicada em 18 de março de 1860. (Obs.: Em realidade são 1018 questões).

"O Livro dos Espíritos" é "o código de uma nova fase da evolução humana". Ele não é um livro qualquer, que a gente lê às pressas e esquece numa estante. Temos o dever de estudar suas páginas constantemente, e meditar sobre elas. Constitui-se na pedra fundamental do Espiritismo. A Doutrina Espírita surgiu com este livro. Ele contem os princípios da Doutrina Espírita. Antes dele nem existiam as palavras Espiritismo e espírita, que foram criadas por Allan Kardec, sob a orientação do Espírito da Verdade. Os fatos espíritas, os fenômenos, eram interpretados das mais diversas maneiras, mas após Kardec o ter lançado à publicidade, sempre sob a orientação dos Espíritos Superiores, "uma nova luz brilhou nos horizontes mentais do mundo".

"Cada fase da evolução humana se encerra com uma síntese conceptual de todas as suas realizações. A Bíblia é a síntese da Antigüidade, como o Evangelho é a síntese do mundo greco-romano-judaico, e "O Livro dos Espíritos" a do mundo moderno. Mas cada síntese não traz em si tão-somente os resultados da evolução realizada, porque encerra também os germens do futuro. E na síntese evangélica temos de considerar, sobretudo, a presença do Messias, como uma intervenção direta do Alto para a reorientação do pensamento terreno. É graças a essa intervenção que os princípios evangélicos passam diretamente, sem necessidade de readaptações ou modificações, em sua pureza primitiva, para as páginas deste livro, como as vigas mestras da edificação da nova era".

""O Livro dos Espíritos" não é, porém, apenas, a pedra fundamental ou o marco inicial da nova codificação. Porque é o seu próprio delineamento, o seu núcleo central e ao mesmo tempo o arcabouço geral da doutrina. Examinando-o, em relação as demais obras de Kardec, que completam a codificação, verificamos que todas essas obras partem do seu conteúdo. Podemos definir as várias zonas do texto correspondentes a cada uma delas".

"Assim como, na Bíblia, há o núcleo central do Pentateuco, e no Evangelho o do ensino moral do Cristo, em "O Livro dos Espíritos" podemos encontrar uma parte que se refere a ele mesmo, ao seu próprio conteúdo: é o constante dos Livros I e II, até o capítulo quinto. Este núcleo representa, dentro da esquematização geral da codificação, que encontramos no livro, a parte que a ele corresponde. Quanto aos demais, verificamos o seguinte:

1o.) "O Livro dos Médiuns", seqüência natural deste livro, que trata essencialmente da parte experimental da doutrina, tem a sua fonte no Livro II, a partir do capítulo sexto até o final. Toda a matéria contida nessa parte é reorganizada e ampliada naquele livro, principalmente a referente ao capítulo nono: "Intervenção dos Espíritos no mundo corpóreo".

2o.) "O Evangelho Segundo o Espiritismo" é uma decorrência natural do Livro III, em que são estudadas as leis morais, tratando-se especialmente da aplicação dos princípios da moral evangélica, bem como dos problemas religiosos da adoração, da prece e da prática da caridade. Nessa parte o leitor encontrará, inclusive, as primeiras formas de "Instruções dos Espíritos", comuns àquele livro, com a transcrição de comunicações por extenso e assinadas, sobre questões evangélicas.

3o) "O Céu e o Inferno" decorre do Livro IV, "Esperanças e Consolações", em que são estudados os problemas referentes às penas e aos gozos terrenos e futuros, inclusive com a discussão do dogma das penas eternas e a análise de outros dogmas, como o da ressurreição da carne, e os do paraíso, inferno e purgatório.

4o) "A Gênese, os milagres e as predições", relaciona-se aos capítulos II, III, e IV do Livro I, e capítulo IX, X e XI do Livro II, assim como as partes dos capítulos do Livro III que tratam dos problemas genésicos e da evolução física da Terra. Por seu sentido amplo, que abrange ao mesmo tempo as questões da formação e do desenvolvimento do globo terreno, e as referentes a passagens evangélicas e escriturísticas, esse livro da codificação se ramifica de maneira mais difusa que os outros, na estrutura da obra-mater.

5o) Os pequenos livros introdutórios ao estudo da doutrina, "O Principiante Espírita"e "O que é o Espiritismo", que não se incluem propriamente na codificação, também eles estão diretamente relacionados com "O Livro dos Espíritos", decorrendo da "Introdução" e dos "Prolegômenos"".

"A codificação se apresenta, pois, como um todo homogêneo e conseqüente. À luz desse estudo, caem por terra as tentativas de separar um ou outro livro do bloco da Codificação, como possível expressão de uma forma diferente de pensamento. E note-se que as ligações aqui assinaladas, de maneira apenas formal, podem e devem ser esclarecidas em profundidade, por um estudo minucioso do conteúdo das diversas partes de "O Livros dos Espíritos", em confronto com os demais livros. Esse estudo exigiria, também, uma análise dos textos primitivos, como a primeira edição deste livro e a primeira de "O Livro dos Médiuns" e de "O Evangelho", pois, como se sabe, todas essas obras foram ampliadas por Kardec depois de suas primeiras edições, sempre sob assistência e orientação dos Espíritos".

"Num estudo mais amplo e profundo, seria possível mostrar-se o desenvolvimento de certos temas, que apenas colocados pelo "O Livro dos Espíritos" vão ter a sua solução em obras posteriores. É o que se verifica, por exemplo, com as ligações do Cristianismo e o Espiritismo, que se definem completamente em "O Evangelho", ou com o problema controvertido da origem do homem, que vai ter a sua explicação definitiva em "A Gênese", ou ainda com as questões mediúnicas, solucionadas em "O Livro dos Médiuns", e as teológicas e escriturísticas em "O Céu e o Inferno"".

"Convém notar, entretanto, que o desenvolvimento de todas essas questões não representa, em nenhum caso, a modificação dos princípios firmados neste livro. Às vezes, problemas apenas aflorados em "O Livro dos Espíritos" vão ser desenvolvidos de tal maneira em outras obras, que, ao lê-las, temos a impressão de encontrar novidades. A verdade, entretanto, é que neste livro eles já foram assinalados de maneira sintética. É o que ocorre, por exemplo, com o problema da evolução geral, definida por León Denis naquela frase célebre: "A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem". Veja-se, a este respeito, a definição do item 540 deste livro, (...)"".

(Este artigo foi compilado por M. A. Bergman, baseando-se inteiramente na magistral "Introdução ao Livro dos Espíritos" de autoria de J. Herculano Pires, em edição especial da LAKE, comemorativa do centenário do "O Livro dos Espíritos", em 18 de abril de 1957.)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Você se ofende por qualquer coisa?



 Por mais que não tenhamos a intenção, acabamos por magoar pessoas que nos são caras. 


Isso pode nos deixar arrasados... 

Mas o que fazer quando esta pessoa se "magoa por nada"? 

Existem pessoas que se ofendem tão facilmente que fica difícil até manter a amizade, pois qualquer coisa pode "ferir" seus sentimentos. 

Não é fácil manter um relacionamento (de qualquer espécie) com pessoas que têm essa facilidade em "se sentir ofendido", ou melhor, de "se melindrar" com tudo. É o orgulho falando mais alto!



O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. (Evangelho Segundo o Espiritismo)


Deixo para vocês os dois textos abaixo que falam um pouco sobre os Melindres. 

O primeiro fala sobre não se "ressentir" por qualquer coisa. 

O segundo já nos orienta a não causar melindres, o que nos traria muito dissabor também.

Afinal, como dizia Chico Xavier: "Fico triste quando alguém me ofende, mas com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor."
Ofender ou magoar, certamente nos trazem dissabor.

Deus os abençoe!




MELINDRES


Não permita que susceptibilidades

lhe conturbem o coração.

Dê aos outros a liberdade de pensar,

tanto quanto você é livre para pensar como deseja.

Cada pessoa vê os problemas da vida

em ângulo diferente.

Muitas vezes, uma opinião diversa da sua 

pode ser de grande auxílio em sua experiência

ou negócio, se você se dispuser a estudá-la.

Melindres arrasam

as melhores plantações de amizade.

Quem reclama agrava as dificuldades.

Não cultive ressentimentos.

Melindrar-se é um modo de perder

as melhores situações.

Não se aborreça, coopere.


Quem vive de se ferir

acaba na condição de espinheiro.


Francisco Cândido Xavier.




O SER HUMANO E SEUS MELINDRES
Marcial Salaverry


É muito caprichosa a natureza humana, e sempre será muito difícil poder dizer que conhecemos alguém a fundo. Pode-se dizer que conhecemos determinada pessoa, até onde ela permite que a conheçamos, mas dificilmente alguém abre sua alma a ponto de “mostrar-se” por inteiro, dificultando um perfeito conhecimento de seu interior.

É esse o principal ponto que pode atrapalhar muitos relacionamentos, pois essa “ocultação” do interior, poderá nos levar a melindrar quem estiver conosco.

Ainda que o façamos involuntariamente, sempre ficará alguma mágoa. Que pode provocar uma “bola de neve”, desencadeando certos desentendimentos que poderiam ser evitados, se houvesse um diálogo franco, honesto e esclarecedor, para deixar claro até que ponto se pode chegar sem ferir melindres.

Algumas vezes, por não querermos melindrar a parceria, poderemos magoá-la justamente por esse cuidado, por mais paradoxal que possa parecer tal situação. Tentando ser agradável, magoamos. E agora, fazer o que?

Apenas um conhecimento profundo pode permitir uma parceria feliz. Mas para que tal ocorra, torna-se necessário que haja aquele diálogo de abertura, em que ambos poderão colocar cartas na mesa, deixando claro até que ponto se pode chegar, sem causar melindres, sem provocar ressentimentos.

Por outro lado, também nós jamais nos mostraremos por inteiro à nossa parceria, estando igualmente sujeitos a receber um tratamento nem sempre condizente ao que desejaríamos.
Muitos relacionamentos, pessoais ou comerciais sofrem abalos ou mesmo terminam por causa desse pormenor. Por não haver um bom acerto de contas inicial.

Problemas sempre existirão, mas os efeitos poderão ser minimizados se houver pelo menos compreensão de parte a parte. Temos que entender que é muito difícil encontrar alguém com o mesmo temperamento, que pense igualzinho, que seja nosso clone. Portanto, precisaremos saber aparar arestas, procurando amoldar-nos à personalidade de nossa parceria, aceitando-a, para que sejamos aceitos. É importante frizar que esse entendimento não pode ser unilateral, ou seja, não é lícito esperar que apenas uma parte ceda. Tem que haver reciprocidade na coisa toda. 

Ambos precisam se aceitar. Ambos precisam ceder em alguma coisa, modificando algo em sua personalidade, para que a máquina engrene e rode suavemente. Estando ambos imbuídos desse espírito de solidariedade, será bem mais fácil aparar arestas que surgirem pela vida afora (sempre haverá alguma peninha flutuante...), permitindo assim que o relacionamento seja feliz e duradouro.

Com bom entendimento quaisquer dificuldades poderão ser superadas. Mas se uma das partes insistir em levar tudo a ferro e fogo, querendo sempre fazer prevalecer sua maneira de pensar, fatalmente a coisa não chegará a bom termo. Uma hora a paciência poderá explodir, e será o fim de tudo.

É por fatores assim, que muitas vezes vemos parcerias (profissionais ou amorosas), que poderiam ser muito boas, simplesmente se esboroarem, terminando com algo que parecia promissor.
Sempre provocando aquele comentário: “Que pena... Parecia que se entendiam tão bem...” E o entendimento poderia mesmo ter sido perfeito, mas por incompreensão, o que poderia ser apenas uma pequena rusga, vira um cavalo de batalha. Pode-se dizer coisas irremediáveis no calor de uma discussão, e como resultado fim de tudo.

E teria sido tão fácil evitar. Bastaria uma pouco de mais de compreensão, pensar antes de se dizer algo definitivo, e um fim de relacionamento teria sido evitado. Pensar antes de falar. Procurar saber até onde se pode chegar naquilo que se fala. Evitar ferir melindres, levando a situações que magoem.

É isso aí. Dialogar antes de discutir. Pensar antes de falar. Saber explicar. E principalmente, não magoar. Nada ganhamos ferindo melindres. Saber ouvir as explicações, mesmo que não as queiramos aceitar. Todo fato tem duas versões, e nem sempre a nossa é a exata. Vamos aprender a ouvir o outro lado. Erraremos menos agindo assim, estejam certos...
E sempre será mais fácil ter-se UM LINDO DIA.

Fonte: www.prosaepoesia.com.br