sábado, 27 de agosto de 2011

Minha educação depende da tua!



Fico pensando, às vezes, como é difícil a convivência em sociedade. Todos estão sempre apressados, sem tempo para um "olá, tudo bem?" (deve ser o medo das pessoas resolverem contar todos os problemas de saúde naquele momento?!), não cedem lugar numa fila, muito menos oferecem seu lugar para sentar um mais velho.

Antigamente as crianças eram educadas para pedir "por favor", "com licença", responder com um "obrigado"... Hoje em dia, parece que este costume não está muito em moda. Algumas crianças parecem que mandam nos pais, e estes é que tem que ficar "pedindo desculpas para o filhinho"...

Claro que conheço várias crianças muito bem educadas, mas devemos reconhecer que não são maioria. Alguns pais que trabalham fora se sentem culpados por estarem ausentes no lar a maior parte do dia e acham que ensinar respeito e educação não é uma forma agradável de aproveitar os poucos momentos que passam com seus filhos. É melhor deixar isso com os professores da escola, dizem eles.

Será que a escola deveria ser a única responsável pela educação que as crianças deveriam trazer de casa? Certamente não!

Existem pais que mesmo sem tempo, o fabricam, para que possam educar seus filhos, assim como existem crianças que são verdadeiros exemplos de educação para os adultos. Porém, gostaria que fossem a regra e não a exceção.


Isso que vou escrever não é nenhuma novidade, mas é bom lembrar que "as crianças de hoje serão os adultos de amanhã"...

Ouvi há algumas semanas na rádio (www.radiofraternidade.com.br) um texto que define um pouco do que quer dizer a educação de uma maneira geral. Achei na Internet a transcrição do texto que disponibilizei abaixo. Espero que gostem.

Fiquem com Deus!


      EDUCAÇÃO


Dia desses lemos, em um adesivo colado no vidro traseiro de um veículo, a seguinte advertência:


Minha educação depende da tua.


Ficamos a imaginar qual seria o conceito de educação para quem pensa dessa forma.


Ora, se nossa educação dependesse dos outros, certamente seria tão instável quanto a quantidade de pessoas com as quais nos relacionamos.
Ademais, se assim fosse, não formaríamos jamais o nosso caráter. Seríamos apenas o resultado do comportamento de terceiros. Refletiríamos como se fôssemos um espelho.


A educação, segundo o Codificador do Espiritismo Allan Kardec, é a arte de formar caracteres, e por conseguinte, é o conjunto de hábitos adquiridos.
Assim sendo, como fica a nossa educação se refletir tão somente o comportamento dos outros, como uma reação apenas?


O verdadeiro caráter é forjado na luta. Na luta por dominar as más tendências, por não revidar uma ofensa, por retribuir o mal com o bem.


Um amigo tinha o costume de dizer: Bateu, levou. Um dia perguntamos se ele admirava os mal-educados que tanto criticava.
Imediatamente ele se posicionou em contrário: É claro que não!
Então questionamos outra vez: Se não os admira, por que você os imita?
Ele ficou um tanto confuso, pensou um pouco e respondeu: É de fato deveríamos imitar somente o que achamos bonito.


Dessa forma, a nossa educação não deve jamais depender da educação dos outros, menos ainda da falta de educação dos outros.
Todos os ensinamentos do Cristo, a quem a maioria de nós diz seguir, nos recomendam apresentar a outra face.


Imaginemos se Jesus, o Mestre, tivesse nos ensinado: Se alguém te bater numa face, esmurra-lhe a outra. Ou então: Faz aos outros tudo aquilo que não desejas que te façam. Nós certamente não o aceitaríamos como Modelo e Guia.


Assim sendo, lutemos por nos educar segundo os preceitos do Mestre de Nazaré que diante dos momentos mais dolorosos de sua vida, manteve a calma e tolerou com grandeza todas as agressões sofridas.
Não nos espelhamos nos que não são modelos nem de sim mesmos. Construamos o nosso caráter com os exemplos nobres.


Quando tivermos que prestar contas às leis que regem a vida, não encontraremos desculpas para a nossa falta de educação, nem poderemos jogar a culpa nos outros, já que Deus nunca deixou a Terra sem bons exemplos de educação e dignidade.


*  *  *


Não adotemos os costumes comuns que nada têm de normais.
O normal é cada um buscar a melhoria íntima com os recursos internos e externos que Deus oferece.
As rosas, mesmo com as raízes mergulhadas no estrume, se abrem para oferecer ao mundo o seu inconfundível perfume.
O sândalo, por ser uma árvore nobre, deixa suave fragrância impregnada no machado que lhe dilacera as fibras.
Assim, nós também podemos dar exemplos dignos de serem imitados.


Redação do Momento Espírita, com base nos itens 685
e 685 a, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec. ed. Feb.
Disponível no cd Momento Espírita. v. 2, ed. Fep. Em 22/08/2011

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

INGRATIDÃO



Acho que não há quem não fique chateado com um gesto de INGRATIDÃO


Não apenas fiquei chateada, eu cheguei a ter raiva quando fui golpeada por um gesto desse vindo de uma pessoa que não esperava (é sempre assim, de onde menos se espera....). 


Foi difícil aceitar! Sempre me martelavam na cabeça perguntas como: "por que comigo?", "como que essa pessoa pode ter feito isso comigo?".


Dói muito, quer dizer, doía muito, agora tenho motivos para encarar de outra forma essa situação. Não vou dizer que agora enfrento tudo numa boa, mas já consegui tirar a raiva dos sentimentos que envolviam a falta de gratidão. 


Mencionei várias vezes que não ajudaria mais as pessoas, pois só recebia ingratidão! Cheguei ao cúmulo de aconselhar alguns amigos empresários (quando trabalhava), de que tomassem cuidado com os que chegavam na entrevista com a conversa de que precisavam muito do emprego, pois estes eram os primeiros a dar problema, "Nós os ajudamos e eles nos traem!", eu dizia.  


Apesar de ter passado por tantos casos de ingratidão, isso não me dava o direito de envenenar os outros desta forma. Deus me perdoe por tal falta de caridade e amor ao próximo!


A primeira vez que li a Prece Pelos Inimigos comecei a entender por que não deveria nutrir aqueles sentimentos. A raiva e a auto-piedade não me faziam merecedoras dos benefícios da boa ação que fizera anteriormente, afinal, quando se faz o bem esperando recompensas (agradecimentos ou reconhecimentos), nenhum mérito teremos aos olhos de Deus.


Que pensar das pessoas que, sofrendo ingratidão por benefícios prestados, não querem mais fazer o bem, com medo de encontrar ingratos?


Essa já foi a minha grande dúvida, e lendo o Evangelho Segundo o Espiritismo obtive a minha resposta.


* Guia Protetor *
Sens, 1862


Essas pessoas têm mais egoísmo do que caridade, porque fazer o bem somente para receber provas de reconhecimento, é deixar de lado o desinteresse, e o único bem agradável a Deus é o desinteressado. São ainda orgulhosas, porque se comprazem na humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus pés para agradecer-lhes. Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no céu, mas Deus a reservará para o que assim não procede.
            É necessário ajudar sempre aos fracos, mesmo sabendo-se de antemão que os beneficiados não agradecerão. Sabeis que, se aquele a quem ajudais esquecer o benefício, Deus o considerará mais do que se fosseis recompensados pela sua gratidão. Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão, para provar a vossa perseverança em fazer o bem.
            Como sabeis, aliás, se esse benefício, momentaneamente esquecido, não produzirá mais tarde os seus frutos? Ficai certos, pelo contrário de que é uma semente que germinará com o tempo. Infelizmente, não vedes nunca além do presente, trabalhais para vós, e não tendo em vista os semelhantes. A benemerência acaba por abrandar os corações mais endurecidos; pode ficar esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo, ele se lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo. Então, ele lamentará a sua ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida noutra existência, aceitando mesmo, freqüentemente, uma vida de devotamento ao seu benfeitor. É assim que, sem o suspeitadores, tereis contribuído para o seu progresso moral, e reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um benefício jamais se perde. Mas tereis também trabalho para vós, pois tereis o mérito de haver feito o bem com desinteresse, sem vos deixar bater pelas decepções.
            Ah!, meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente, vos ligam às existências anteriores! Se pudésseis abarcar a multiplicidade das relações que aproximam os seres uns dos outros, para o seu mútuo progresso, admiraríeis muito melhor a sabedoria e a bondade do Criador, que vos permite reviver para chegardes a ele!
(Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIII)