terça-feira, 19 de julho de 2011

Interpretação dos sonhos?


Uma das coisas que me deixava intrigada... OS SONHOS! 
Sempre ficava à procura do que significava. 
Naquele tempo não tínhamos internet, portanto valia o que os outros diziam. 
A primeira vez que comprei um livro de interpretação de sonhos foi dois anos depois que me casei (mais ou menos 1986) era do Círculo do Livro (atualmente falida), seu título era Dicionário dos Sonhos
Tenho o livro até hoje! 
Eu não ia a lugar algum sem ele. 
Sempre que viajava tinha que levá-lo, afinal o que seria de mim se eu sonhasse e não tivesse o livro para saber o que significava? 
O pior é que a gente acaba achando motivos para acreditar, pois como a procura é feita por elementos do sonho, nós acabávamos sempre achando um elemento que tinha como significado algo que nos apavorava ou nos alegrava. Mas tinha coisas que não tinham resposta, pelo menos respostas coerentes, aceitáveis.

Ontem estava lendo Obras Póstumas de Allan Kardec e me deparei com algo que explica os sonhos de maneira mais racional. 

Veja abaixo um trecho da obra:

"Durante o sono, só o corpo repousa; o Espírito não dorme e até se vale do repouso do corpo, e dos momentos em que a sua presença é desnecessária, para agir separadamente e ir onde quiser, no gozo da sua liberdade e na plenitude das faculdades. Entretanto, e durante toda a vida, nunca se separa completamente do corpo e, embora ele se distancia, fica sempre preso por um laço fluídico, que o adverte quando a sua presença é necessária, laço que só se rompe com a morte.

O sono libera, em parte, a alma do corpo. Quando se dorme, entra-se por momentos no estado que é permanente depois da morte. Os espíritos que, por ocasião da morte, se libertam logo da matéria, tiveram durante a vida sonos inteligentes; quando dormem, vão procurar a companhia de outros seres que lhe são superiores, com os quais viajam, conversam e se instruem; trabalham mesmo em obras que ao morrer já encontram terminadas. Isto deve ensinar-vos uma vez mais que não deveis temer a morte, pois que vós morreis diariamente, com já o disse um santo varão.
....
O sono é a porta que Deus lhes abriu para se comunicarem com os amigos do céu, é o recreio depois do trabalho enquanto esperam a grande libertação final, que deve restituí-los ao seu verdadeiro ambiente.
O sonho é a recordação do que o vosso Espírito viu durante o sono, mas notai que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de quanto vistes. 

Essa recordação não está na vossa alma em todo o seu desenvolvimento; muitas vezes é apenas a lembrança da perturbação que experimenta à partida ou à volta, á qual se junta a lembrança do que haveis feito ou do que vos preocupa no estado de vigília; a não se assim, como explicaria os sonhos absurdos que todos têm, tanto os homens mais sábios, como os mais simples? 

Os maus Espíritos servem-se também dos sonhos para atormentarem as almas fracas e pusilânimes.

A incoerência de certos sonhos explica-se pela recordação imperfeita e incompleta dos fatos e cenas, que foram presentes em sonho, da mesma forma que seria incoerente uma narração em que se trocassem frases, visto não darem os fragmentos uma significação racional." ... 

(Obras Póstumas / Primeira Parte - Manifestações dos Espíritos - IV - Emancipação da Alma (24) / Allan Kardec)

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